Arepórter
Search
Close this search box.

Segundo IBGE, informalidade no mercado de trabalho é recorde

Na situação econômica do país que ainda segue com 12,5 milhões de desempregados, homens e mulheres em Manaus vencem a falta de oportunidades com  trabalho informal. Isso porque houve aumento no número de pessoas ocupadas no país, que chegou a 93,8 milhões no trimestre encerrado em setembro. Um alta de 0,5% na comparação com o trimestre encerrado em junho deste ano. Porém, o contingente de pessoas que conseguiu trabalho no período está em condição de informalidade, que atingiu um recorde da série histórica, iniciada em 2012, chegando a 41,4% da força de trabalho ocupada.

É o que apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada dia 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um dos exemplos é o Elieser de Souza, 47. Ele vende mingau há 27 anos na cidade, tempo em que conquistou muitos clientes. O vendedor é uma das “atrações” da Policlínica Gilberto Mestrinho, na avenida Getúlio Vargas, Centro, Zona Sul de Manaus.

“Sou muito abençoado. Não sou rico, mas vivo com dignidade e sei que se não fosse pelo mingau eu não teria conquistado nada, já que falta oportunidade no mercado de trabalho”, diz o mingauzeiro.

​Para garantir o sustento da família, Elieser precisou de uma estratégia para transformar um produto sazonal em algo que pudesse lhe garantir lucro o ano todo. Hoje ele fatura por semana R$ 600 líquido, em média, com expediente das 15h às 18h, de segunda a sexta.

Outra pessoa que driblou a falta de oportunidade no mercado formal é a Cristiane Mota. A artesã montou o CrisDecoflor e há 19 anos trabalha vendendo acessórios e artigos decorativos em geral.

“Eu comecei o artesanato após o falecimento da minha mãe e quando eu tive meu filho veio a necessidade de fazer algo em casa para gerar renda e cuidar do meu filho ao mesmo tempo”, diz Mota.

Cristiane Mota é artesã há 19 anos

Dados

De acordo com o IBGE, a taxa de desocupação caiu de 12% para 11,8% na comparação entre o trimestre terminado em junho e o terminado em setembro, somando 12,5 milhões de pessoas. No terceiro trimestre de 2018 a taxa ficou em 11,9%. A gerente da Pnad, Adriana Beringuy, destaca que essas pessoas estão se inserindo no mercado na condição de trabalhadores por conta própria e de empregados no setor privado sem carteira assinada.

“A gente ressalta que estamos diante de uma melhora quantitativa desse mercado de trabalho, ou seja, de fato há mais pessoas trabalhando. Mas a forma de inserção que esses trabalhadores estão tendo nesse mercado é mais aderente a postos de trabalho associados à informalidade e com todas as repercussões que isso causa no mercado”, disse Adriana.

Ocupação

O número de empregados que trabalham no setor privado sem a carteira assinada chegou a 11,8 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro, um aumento de 2,9% na comparação com o trimestre anterior e de 3,4% em relação ao terceiro trimestre de 2018.

A categoria trabalhadores por conta própria também apresentou recorde na série histórica, com 24,4 milhões de pessoas nesta condição, um aumento de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 4,3% no mesmo período do ano passado. Desse total, 4,9 milhões tem CNPJ, ou seja, registro como empresa, e 19,5 milhões não têm.

Segundo Adriana, o crescimento da ocupação ocorre desde 2018, mas não em setores que tradicionalmente apresentam grandes contratações, como indústria, construção e comércio, sendo uma reação concentrada em determinados segmentos.

“O panorama não difere de outras divulgações que nós tivemos. Alguns setores isoladamente tiveram destaque nessa absorção de trabalhadores, como é o caso da construção, em edificações e serviços básicos, não são grandes obras de infraestrutura. Também observamos a continuidade do fenômeno do crescimento de trabalhadores na área de transporte terrestre de passageiros, os motoristas, e um pouco ali também de reação na parte de terceirização de mão de obra”, disse.

Desocupação

Para o economista Wallace Meireles, a taxa de desocupação é reflexo do baixo crescimento e da alta ociosidade do comércio, indústria e em outras atividades produtivas da economia brasileira. “As pessoas estão se virando como podem, com os meios que possuem, vendendo sorvete, mingau, churrasquinho, pois precisam sustentar a si e suas famílias. Infelizmente é tímida, para não dizer apática ou irresponsável a atuação das três esferas de poder: estadual, municipal e federal, no estímulo à produção, geração de renda e consumo”, diz.

Foto: Arquivo Pessoal

Fonte: Em Tempo

Relacionados

Últimas postagens

-publicidade-