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Prefeitura intensifica ações de educação em saúde para evitar mortalidade materna

Intensificação de ações de educação em saúde, busca ativa, vigilância e envolvimento da sociedade nos cuidados à gestante são as estratégias que a Prefeitura de Manaus está utilizando para reforçar a atenção às mulheres grávidas. Nesta sexta-feira, 28/5, Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, o tema é fortalecido com enfoque na importância do pré-natal para assegurar uma vida saudável para mães e filhos.

Um trabalho de sensibilização sobre a importância desse atendimento a partir da oferta de informações às gestantes, consultas sobre planejamento sexual e reprodutivo, sistema de agendamento de consulta pós-parto e atualização das equipes de saúde sobre os protocolos assistenciais estão sendo realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Desde o ano passado, quando a Covid-19 passou a ser um problema sanitário de ordem mundial, um dos desafios das equipes da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS) é reforçar a importância do pré-natal. O cenário de pandemia causou temor nas mulheres grávidas, que não iniciaram o acompanhamento ou deixaram de comparecer às consultas nas unidades de saúde. No entanto, ao não procurar a assistência médica, as mulheres aumentam as possiblidades de ter um desfecho trágico na gravidez.

A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, enfatiza a importância de as gestantes procurarem a rede de assistência médica onde recebem atendimento e orientações sobre exames e cuidados necessários, informações sobre a idade gestacional e se a gravidez é de baixo ou de alto risco.

“Na atenção primária do SUS, gerenciada pela Semsa, a grávida pode esclarecer todas as suas dúvidas e saber como deve se preparar para o parto. Seguindo a determinação do prefeito David Almeida, estamos nos esforçando para promover a saúde das mulheres para que tenham uma gravidez e um parto com saúde”, frisou.

A importância de manter o pré-natal se justifica porque muitas mulheres têm doenças preexistentes como diabetes e hipertensão arterial, e necessitam de acompanhamento para evitar que a situação se agrave.

A enfermeira Lucia Marques de Freitas, gerente da Rede Cegonha da Semsa, explica que essas condições podem ser detectadas nas consultas, por meio da estratificação de risco gestacional, a partir daí, as equipes iniciam um trabalho de orientações para a gestante, encaminhando-as ao pré-natal de alto risco, porém mantendo o vínculo com a UBS, haja vista esse pré-natal ser compartilhado, reduzindo assim o risco de morte tanto para a mãe, quanto para o bebê. “A morte de uma mãe tem um impacto profundo na família, que fica desestruturada sem a presença dela. Uma mãe agrega a família, por isso precisa ser protegida na gestação”, resume.

Riscos

As duas principais causas específicas de morte materna no Brasil são a hipertensão e a hemorragia. Outras causas obstétricas diretas importantes são a infecção puerperal e o aborto. Luciana Marques destaca o risco das comorbidades. “Obesidade, diabetes, asmas. Esses fatores pesaram muito nas mortes de gestantes. Por isso precisamos protegê-las realizando um trabalho de acolhimento e vigilância para saber como essa mulher está se movimentando na rede de saúde. Precisamos ficar muito atentos: quando uma gestante ou puérpera chega em uma de nossas unidades, temos que ‘acender todas as luzes’ para apoiá-la”, reforça a gerente da Rede Cegonha.

Uma das formas de apoiar as gestantes é por meio do telemonitoramento, ferramenta da Semsa que permite o contato com os pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. Ao perguntar sobre como o usuário se encontra, as equipes estão verificando também em caso de haver uma grávida naquela casa, sobre como ela está sendo assistida para orientá-la e apoiá-la quando necessário.

Consultas

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as grávidas tenham pelo menos seis consultas no ciclo de gravidez, que dura em média 40 semanas. A assistência inicial evita mortes, que em sua maioria estão relacionadas a hipertensão, diabetes, infecções puerperais e às infecções pós-parto.

Além de iniciar precocemente o pré-natal, a usuária gestante precisa realizar exames, tomar as vacinas prescritas, usar máscara, higienizar as mãos de preferência com água e sabão frequentemente e comparecer à unidade de saúde após o parto, para a consulta de acompanhamento do puerpério.

A ginecologista Tatiana Valois, que atende na UBS Megumo Kado, localizada no bairro de Educandos, na zona sul de Manaus, alerta que quanto mais cedo o pré-natal for iniciado, mais benefícios a mulher terá.

“Mas é importante acentuar que a Semsa trabalha na atenção primária, no pré-natal de baixo risco. Quando identificamos um quadro de hipertensão e diabetes, por exemplo, encaminhamos essas usuárias para o Pré-natal de Alto Risco, gerenciado pelo Estado. Mas é fundamental que o pré-natal seja iniciado assim que a mulher souber que está grávida, para que receba orientações e atendimentos para resguardar a sua vida e a do filho”, disse a ginecologista.

Para ter acesso ao pré-natal, a gestante deve ir à Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa para se inscrever no sistema e assim iniciar o atendimento.

Se por um lado o cenário de pandemia pela Covid-19 causou medo nas grávidas de desenvolver uma infecção pelo novo coronavírus, por outro o fato de ficar em casa para se proteger da doença evitando ir à Unidade de Saúde, intensificou doenças preexistentes. “Há casos em que elas, por ficarem em casa, passaram a comer exageradamente, agravando a pressão alta e causando diabetes gestacional”, acrescentou Tatiana Valois.

Proteção

Aos 18 anos, a dona de casa Michele Miguel das Graças comemora o nascimento da filha Itaely Sofia, que tem apenas dois dias de vida, na Maternidade Municipal Moura Tapajóz, que fica no bairro da Compensa, zona Oeste da cidade. Ela realizou nove consultas durante a gravidez e tomou as vacinas necessárias para garantir a sua proteção e a da filha. “Fiz tudo direitinho. Assim que eu descobri que estava grávida, iniciei o pré-natal. Os médicos e enfermeiros me ajudaram muito explicando o resultado dos exames, o desenvolvimento da neném e deu tudo certo no meu parto”, acentuou.

Disciplinada, ela aconselha o pré-natal para todas as mulheres que planejaram ou não ter filhos: “Engraçado que a minha filha foi mais ou menos planejada. Eu queria ter filho, mas não estava conseguindo e eu e meu marido desistimos, mas aí a gravidez aconteceu e deu tudo muito certo. Mas é importante fazer o pré-natal para que tudo dê certo”, comemora.

Texto – Tânia Brandão / Semsa
Fotos – Altemar Alcântara / Semcom

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