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No Delphina Aziz, ambulatório para pacientes com sequelas da Covid-19 tem equipe multiprofissional

Atualmente, 60% dos leitos de UTI do hospital estão ocupados por pessoas que já se curaram da doença

O Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) abriu, de forma pioneira, o ambulatório do Hospital Delphina Aziz com foco no atendimento de pacientes que não estão mais na fase de transmissão da Covid-19, mas que permanecem internados em virtude das sequelas deixadas pela doença. Atualmente, 60% dos leitos de UTI da unidade são ocupados por pacientes nessa condição, segundo informação divulgada pelo governador Wilson Lima em coletiva nesta terça-feira (27/10).

Apesar de focar na fisioterapia, o ambulatório conta com uma equipe multiprofissional, oferecendo acompanhamento também nas áreas de enfermagem, fonoaudiologia, nutrição e psicologia.

A gerente de Assistência do Hospital e Pronto-Socorro, Walterlânia Souza Brandão, ressalta a o trabalho multidisciplinar que é realizado. “É o primeiro ambulatório que tem consultório ltas de enfermagem, isso é pioneiro, é uma grande conquista do Delphina nesse processo. O paciente passa primeiro por todos esses profissionais, para depois seguir para a fisioterapia”.

Walterlânia destaca que a população só obteve ganhos com a cobertura oferecida pelo ambulatório e contou o relato de um paciente atendido, que disse nunca ter passado por consulta com um fisioterapeuta, por exemplo.

Ocupação na UTI – Dos 90 leitos de UTI do Hospital Delphina Aziz, aproximadamente 60% estão ocupados por pacientes que não têm mais Covid-19, mas seguem em recuperação das sequelas deixadas pela doença. A informação foi dada pelo governador Wilson Lima, durante entrevista coletiva para falar sobre indicadores da Covid-19 no Amazonas e as medidas do Governo do Estado para enfrentamento à pandemia.

“É um paciente que teve seu quadro de diabetes agravado, é um paciente que teve a questão renal comprometida, e tem paciente que está há mais de quatro meses lá no Hospital Delphina Aziz, e que precisa de um leito de UTI”, explicou o governador.

Ainda segundo Wilson Lima, é responsabilidade do Estado garantir assistência a esses pacientes até que se recuperem totalmente das sequelas causadas pela Covid. No momento, o Governo do Amazonas discute, junto ao Governo Federal, novas estratégias para melhor assistir os pacientes no atual cenário.

“Esse é um entendimento que a gente está tentando ter com o Governo Federal de como é que a gente vai fazer esse processo de desospitalização ou de mudança desse paciente para um hospital de retaguarda, ou colocar ele na rede”, enfatiza.

Fluxo – O acompanhamento ambulatorial no hospital iniciou no último dia 15 de outubro. O serviço tem dois fluxos de acesso. Um é para os pacientes que estiveram internados na própria unidade. Nesse caso, no momento da alta, o médico indica ao setor de fisioterapia que o paciente precisará de reabilitação.

A outra porta de entrada é por meio de encaminhamento médico, de outras unidades, como Unidade Básica de Saúde (UBS). Nesse caso, o médico responsável pelo atendimento na UBS, por exemplo, faz o encaminhamento para o Delphina Aziz por meio da Central Unificada de Regulação e Agendamento de Consultas e Exames (Cura).

O secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, destacou que o Estado está se adaptando a uma nova realidade de pacientes. “Esse paciente pós-Covid não existia na rede. Então temos pacientes saindo do agravamento da Covid e precisando de atendimentos da assistência, seja na fisioterapia ou em outras especialidades”.

Perfil do paciente pós-Covid – O coordenador de fisioterapia do Delphina Aziz, Érick Paiva, explica que o perfil da pessoa que precisa do atendimento é um paciente que ficou enfraquecido, em decorrência da doença e do longo período de internação. Geralmente com idade entre 45 e 60 anos.
“São pacientes que, por conta da Covid-19, tiveram internação prolongada, e em decorrência disso tiveram um declínio funcional muito grande, perderam capacidade de independência, então nossa proposta é reabilitá-los em cima dessas funcionalidades”, informa Érick Paiva.

No momento da alta, o paciente do hospital que vai precisar do serviço é encaminhado para uma consulta em fisioterapia. No dia marcado, ele é avaliado pelos profissionais do ambulatório. Confirmando a necessidade de reabilitação, são marcadas as sessões.

“O programa traz uma consulta para cada dez sessões de atendimento. Após esses dez atendimentos, tem uma nova consulta, para avaliar a condição do paciente, e a partir disso podemos prolongar ou não as sessões, de acordo com a evolução do paciente”, explica Érick Paiva.

Na primeira consulta, o paciente é submetido a testes para medir, por exemplo, a capacidade pulmonar, assim como testes de caminhada, de sentar e levantar.

“Todos esses testes vão nos dizer se o paciente tem ou não capacidade de realizar as atividades de vida diária. A partir daí, a gente elabora um programa de treinamento para ele”, informa o fisioterapeuta.

O fisioterapeuta explica, ainda, que a maioria dos pacientes até consegue se manter respirando normalmente, desde que em repouso. A partir do momento em que é exigida uma demanda metabólica um pouco maior, como por exemplo, caminhar, escovar o dente em pé, tomar banho, os pacientes começam a apresentar desconforto, cansaço, tendo que interromper a atividade para recuperar o fôlego, e é em cima desses pontos que o profissional atua.

Exercícios – Cada sessão de fisioterapia tem em média 50 minutos de duração. Os exercícios fazem uso de equipamentos como esteira e bicicleta. Os pacientes também fazem circuito de caminhada e exercícios que simulam situações do dia a dia, como subir rampas e escadas.

Novo espaço – A central de reabilitação do Delphina Aziz, onde funciona o ambulatório, é mais uma área que foi aberta este ano, pela nova gestão da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). A abertura do setor ocorre de forma gradual. Em pleno funcionamento, terá capacidade para atender até 148 pacientes por dias.

FOTOS: Rodrigo Santos/SES-AM

 

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