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Imprensa internacional avalia que variante brasileira do Covid-19 pode ser ameaça mundial

Os mais influentes jornais do mundo, como The New York Times (EUA), Washington Post (EUA), The Guardian (Inglaterra) e El País (Espanha), publicaram neste fim de semana várias reportagens sobre a gravidade da pandemia do coronavírus no Brasil.

O descontrole do vírus em território brasileiro e a lentidão da vacinação passaram a ser vistos como uma ameaça mundial.

O jornal americano The New York Times publicou hoje a entrevista com o brasileiro neurocientista da Universidade de Duke, nos EUA, Miguel Nicolelis. Ele desafiou a comunidade internacional a cobrar o governo brasileiro uma solução para conter a pandemia de coronavírus.

“De que adianta resolver a pandemia na Europa ou nos Estados Unidos, se o Brasil continua a ser um terreno fértil para o vírus”, questionou o neurocientista brasileiro. “Se permitirmos que o vírus continue se espalhando como acontece no Brasil, teremos novas mutações e o aparecimento de variantes ainda mais letais”, afirma o especialista.

A reportagem do The New York Times destaca a preocupação internacional com a variante P.1, detectada pela primeira vez em Manaus, no Amazonas. “Ela, que já ganha terreno nos Estados Unidos, Reino Unido e Itália, é capaz de driblar anticorpos de indivíduos expostos anteriormente ao vírus em até 61%”, disse a reportagem.

O ISS (Instituto Superior da Saúde) da Itália informou ontem que a variante brasileira é responsável por 4,43% dos casos de covid-19 no país. Ela representa 36% dos casos na região de Úmbria e 23% na região da Toscana.

Outra reportagem internacional, desta vez publicada pelo britânico The Guardian, afirma que “a covid-19 deixou um rastro de morte e desespero no Brasil, um dos piores do mundo”.

“Nenhuma outra nação que experimentou um surto tão grande ainda está lutando contra o número recorde de mortes e um sistema de saúde à beira do colapso. Muitas outras nações duramente atingidas estão, em vez disso, dando passos provisórios em direção a uma aparência de normalidade”, diz a publicação.

Na contramão do mundo, que começa a observar a desaceleração da doença à medida que novas regras de restrições entram em vigor e a vacinação contra a doença avança, o Brasil bateu recorde de mortes ontem pelo segundo dia consecutivo.

Em entrevista ao The Guardian, o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirma que a resposta de Bolsonaro frente à pandemia foi tão “deficiente” que o político e outras figuras do governo deveriam ser responsabilizados.

“Não creio que haja outro líder tão obtuso, tão atrasado, que tenha uma visão tão equivocada e distorcida da realidade como o presidente do Brasil”, disse Temporão. “A história vai condenar essas pessoas.”

Publicações sobre a gravidade da covid-19 no Brasil também já tiveram espaço no Washington Post e Wall Street Journal.

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