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Estudos confirmam risco baixo de infecção grave por Covid em crianças

Pesquisas na Inglaterra indicam que risco de morte de crianças devido ao coronavírus é de cerca de dois casos a cada 1 milhão de infectados.

Cientistas britânicos analisaram dados da disseminação da Covid-19 na Inglaterra e constataram que é extremamente baixo o risco de crianças ficarem gravemente doentes ou chegarem a óbito por causa do coronavírus.

A descoberta foi publicada na plataforma ResearchSquare, em preprint, e divulgada nesta sexta-feira (9/7) pela BBC News. Os resultados ainda não foram revisados pela comunidade científica.

Em um dos estudos, a equipe de cientistas observou o primeiro ano da pandemia de coronavírus na Inglaterra e mostrou que apenas 25 pessoas menores de 18 anos morreram em decorrência do coronavírus. A estimativa dos pesquisadores é que a taxa de mortalidade geral de crianças seja de 2 casos por milhão. Há 12 milhões de crianças no país.

Os pesquisadores investigaram os dados de saúde pública da Inglaterra e descobriram que grande parte dos menores que morreram de Covid-19 tinha problemas de saúde preexistentes, como neurodeficiências complexas.

Há ainda, na amostra, 36 crianças que tiveram teste de Covid-19 positivo no momento do óbito, mas morreram de outras causas, segundo a análise. Mesmo com riscos gerais baixos, a maioria das vítimas tinha mais de 10 anos e era de etnias negra ou asiática.

De acordo com os pesquisadores da University College London, Universidades de York, Bristol e Liverpool, quem possuía doenças crônicas e neurodeficiências apresentava maior risco de desenvolver a forma grave da doença.

As conclusões desse estudo estão em análise pelo grupo consultivo de vacinas do Reino Unido, pois atualmente pessoas menores de 18 anos ainda não recebem a vacina para Covid-19, mesmo que apresentem outras condições de saúde que as incluam no grupo de risco.

Na outra análise, cientistas observaram todas as crianças e jovens da Inglaterra que tiveram uma admissão hospitalar de emergência para Covid-19 até fevereiro de 2021. Os resultados dessa pesquisa mostraram que 5,8 mil crianças foram admitidas com o vírus e aproximadamente 250 precisaram de tratamento intensivo. Foram observadas também 690 crianças internadas devido a uma condição inflamatória rara ligada à Covid-19, chamada de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica (PIMS-TS).

Apesar de os riscos absolutos ainda serem pequenos, as crianças que viviam com várias doenças, as que eram obesas e os jovens com doenças cardíacas e neurológicas estavam em maior risco.

O cientista que coordenou o estudo, Russell Viner, da University College London, analisa que decisões complexas sobre vacinação e proteção de crianças exigem informações de muitas fontes. “Com base em nossos dados, seria muito razoável vacinar vários dos grupos que estudamos, mesmo os que não apresentam um risco particularmente alto de morte, pois sabemos que seus riscos de ter uma doença grave e ir para a terapia intensiva, embora ainda baixo, é maior”, diz ele.

Elizabeth Whittaker, do Royal College of Paediatrics and Child Health e do Imperial College London, comentou que foi encorajador ver poucas crianças gravemente doentes nos hospitais. “Embora esses dados cubram até fevereiro de 2021, isso não mudou recentemente com a variante Delta. Esperamos que esses dados sejam tranquilizadores para crianças, jovens e suas famílias”, destaca a cientista.

Segundo a equipe responsável pelas pesquisas, esses estudos sobre crianças são os mais abrangentes já feitos em qualquer parte do mundo.

Crianças do Brasil

A pandemia de Covid-19 tem afetado os pequenos brasileiros. O país já registrou que mais de 2 mil crianças com menos de 9 anos morreram devido ao vírus, segundo estimativa divulgada pela BBC News Brasil, em abril de 2021. Desse total, havia 1,3 mil bebês de até 1 ano de idade.

O Brasil apresenta a maior mortalidade infantil pelo coronavírus do mundo. São mortes resultantes de uma combinação de baixa testagem, falta de diagnóstico adequado e más condições socioeconômicas, segundo especialistas e médicos.

Fonte: Metrópoles

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