Arepórter
Search
Close this search box.

Escola de Manaus fica entre as cincos melhores do país por ações durante a pandemia

Para não prejudicar estudantes, instituição criou um projeto para levar ensino a distância.

Muitos setores tiveram que inovar para poder manter as suas atividades durante a pandemia de Covid-19. Na educação não foi diferente, colégios fecharam por um período na tentativa de evitar a propagação do vírus. Para não prejudicar o aprendizado dos estudantes, uma escola da Zona Sul de Manaus criou um projeto para continuar a levar o ensino aos alunos.

A iniciativa foi tão boa que a Escola Municipal Dr. Sérgio Alfredo Pessoa Figueiredo acabou ficando entre as cinco melhores do país no prêmio Gestão Escolar 2020. Ela foi uma das finalistas entre as mais de oito mil escolas inscritas na edição 2020 da premiação, promovida pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI). O primeiro lugar ficou com a Escola Estadual Professora Maria de Menezes Guimarães, no município de Itacuruba, em Pernambuco.

A gestora da escola em Manaus, Regeane Chaves Benevides dos Santos, disse ao G1 que o ano letivo de 2020 teve início como os anos anteriores, mas a inesperada pandemia da Covid-19 pegou todos de surpresa. “Nós somos uma escola de educação integral. Além de os alunos passarem o dia na escola, também são ofertadas várias atividades para eles. Quando começou o período da pandemia, nós já tínhamos um vínculo com os pais em grupos de WhatsApp. A nossa grande dificuldade foi com alunos que não tinham acesso à internet para acompanhar as atividades”, disse.

Regeane lembrou que os professores entraram em recesso e planejaram como levariam o ensino e as atividades para os estudantes nas casas em que moram. Para isto, a equipe da escola iniciou um mapeamento de todos os 216 alunos que estudam na unidade.

“Descobrimos quem tinha internet, quem não tinha, quais pais eram alfabetizados, com quem as crianças iriam ficar, se tinha pessoas doentes na casa, qual horário teriam disponibilidade para estudar, quem iria acompanhar. Foi feito um mapeamento muito individual com cada criança, para que pudéssemos montar esse projeto”, contou a diretora.

Roteiro de estudos

Após o levantamento, a escola criou o projeto “Ressignificando vivências de uma educação integral em tempos de pandemia”. Além das disciplinas tradicionais, a escola buscou levar atividades de música e dança, além de educação emocional e tutoria para apoio aos estudantes e parentes dos alunos.

“Disponibilizamos um livro para os alunos e fizemos um roteiro de estudos. Toda semana eles pegavam um roteiro, estudavam, respondiam as atividades no livro e traziam para a escola para que pudéssemos corrigir e preparar para a próxima semana”, explicou a diretora sobre como funcionou a didática do estudo.

Para os alunos que tinham acesso à internet, o material era colocado online. A escola ainda deu uma senha de compartilhamento de internet para famílias que têm computadores, mas não tinham acesso à rede. O wi-fi também foi liberado para o entorno da unidade de ensino.

“Quem tinha internet, respondia um formulário com perguntas interativas, visualizavam os vídeos que os professores mandavam. Automaticamente, já mostrava onde a criança tinha errado, qual era a resposta certa, já dava o retorno imediato para as crianças”, informou a diretora.

Retorno positivo

Com o projeto atingindo não apenas os alunos, mas os familiares dos estudantes, os pais apoiaram a iniciativa da escola: “Os pais gostaram muito principalmente porque eles não se sentiram só. O que a gente sempre escuta deles é que a escola não abandonou as crianças e não os deixaram sem apoio. Tínhamos também um plantão de dúvidas, para que eles pudessem tirar dúvidas e saberem como trabalhar”, disse.

O filho da funcionária pública e pedagoga Wissilene Brandão, Eduardo Cesar Brandão, de 7 anos, estudou o 1º ano do Ensino Fundamental na Escola Dr. Sérgio Alfredo Pessoa Figueiredo, em 2020. Para a mãe, o trabalho feito pela escola durante a pandemia a cativou e fez com que admirasse o projeto.

“O que a escola se propôs a pegar todas as disciplinas e começar a promover a interação com os pais, isso para mim me abraçou e acolheu. Meu filho está no 1º ano, é uma missão de alfabetizar uma criança em casa. Pegaram músicas e faziam pequenos vídeos de como a criança poderia observar ritmos, os sons através dos pássaros cantando, as águas. Isso dá um conforto”, contou Wissilene.

Fonte: G 1 Am

Relacionados

Últimas postagens

-publicidade-