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É fake: confira as verdadeiras origens de receitas famosas

A batata frita não nasceu nos Estados Unidos, o croissant é austríaco e o gim, holandês. Acredite se quiser.

Sabe aquela máxima de que repetir uma mentira mil vezes a torna verdade? Ela não cola mais nos dias de hoje, não é mesmo? Eu mesma já estou cansada de desmentir fake news sobre diversos assuntos, os que tenho conhecimento, claro. Na gastronomia, por exemplo, existem vários mitos sobre a origem de diversos alimentos e bebidas. E eu vou desvendar alguns deles nas próximas linhas para esclarecer que nem tudo que a gente ouve por aí é verdade. Confira.

Batata frita

Por conta da expressão french fries, usada pelos americanos, muita gente pensa que a batata frita foi inventada pelos franceses. Mas a autoria desta pecaminosa receita que o mundo inteiro ama remete à Bélgica e ao fim do século 17. De acordo com relatos históricos, o congelamento do rio Mosa, no sul desse país, inviabilizou a pesca, então os moradores da região, acostumados a comer os pescados fritos, driblavam a fome com palitos de batata cozidos da mesma maneira.

Na França, o primeiro registro da batata frita está no livro As Ceias da Corte, de 1758. No entanto, a receita só se tornou popular em Paris, após a Revolução Francesa, quando era comercializada na Pont Neuf, uma das principais vias que corta o rio Sena.

Mas não é só. Os espanhóis, primeiro povo europeu a ter contato com as batatas, também reivindicam a autoria da batata frita. No entanto, a história conta que eles fritavam os tubérculos inteiros ou em forma de bolas, e não em palitos.

Atualmente, o preparo é apreciado sozinho, como manda a tradição belga, como guarnição para carnes, assim como fazem os franceses, ou com sanduíches, forma popularizada pelos americanos. E você, gosta de comer batata frita sozinha ou acompanhada?

Croissant

Outra receita considerada francesa, mas que nasceu em outro país é a do croissant. Sim, o pãozinho de massa folhada surgiu no século 17, em Viena, na Áustria. Chamada originalmente de kipfer, a receita foi criada para comemorar a vitória do país sobre o exército otomano.

Na França, o croissant só teria chegado no século 18. Conta a história que foi a austríaca Maria Antonieta, conhecida pela paixão por comida, a responsável pela popularização do preparo e do consumo da receita durante o seu reinado. Em 1900, a forma de preparo foi alterada para tornar a massa mais leve e crocante. No entanto, o formato em meia lua, que remete à bandeira do império otomano, permaneceu.

Gim

Matéria-prima para a elaboração de drinques refrescantes ou de clássicos mais fortes como o Negroni, o gim se popularizou na Inglaterra depois da Guerra dos 30 anos. Mas a origem da bebida é holandesa. Foi o médico Francisco de La Boie que inventou um remédio para os rins, misturando o zimbro a um destilado de cereais, no século 17.
O medicamento foi tão bem aceito pelo seu aroma e baixo custo, que passou a ser tomado até por quem não tinha nenhuma doença. A bebida ganhou fama na Inglaterra posteriormente por conta de vários incentivos do governo à produção de destilados e a imposição de altos impostos a produtos importados para eliminar a concorrência.

Atualmente, as marcas mais famosas são inglesas, mas vários países produzem gim. O Brasil, inclusive, tem diversos rótulos artesanais bastante interessantes, alguns deles até orgânicos.

Pipoca

Acompanhamento indispensável para ver um filme ou maratonar séries, a pipoca surgiu antes mesmo da América ser descoberta. O primeiro relato sobre o milho estourado é de 9 mil anos, no México.

Os antigos nativos norte-americanos, que cultivavam milho há muitos anos, apresentaram o ingrediente aos ingleses quando estes chegaram à América no século XVI e XVII. Inicialmente, os índios levavam a espiga inteira ao fogo e somente muito tempo depois passaram a usar uma panela para estourar os grãos.

No século XIX, a pipoca já era popular nos Estados Unidos e foi lá que o consumo dentro de cinemas virou febre, graças a Glen W. Dickson, que foi o primeiro a colocar máquina de pipoca neste ambiente. Com a popularização da TV, esse consumo passou a ser hábito também em casa.

Cachorro quente

Embora a salsicha seja uma invenção alemã, foi nos Estados Unidos que ela se popularizou por conta do lanche inventado em Saint Louis, em 1904. Por conta do inverno rigoroso, um vendedor de salsichas oferecia luvas para que seus clientes pudessem comer de forma mais confortável. Acontece que estes não lhes devolviam o acessório. Para resolver o dilema, ele decidiu colocar as salsichas dentro de um pão.

Foi também em Saint Louis que o consumo se popularizou por conta do beisebol, mas o nome só veio anos mais tarde em Nova York, num jogo dos Giants. Amargando poucas vendas de refrigerante e sorvetes por causa do frio, o vendedor decidiu oferecer salsichas “dachshound” quentes. A referência à raça canina pegou e mais tarde o nome foi simplificado para hot dog.
Aqui no Brasil, os primeiros sanduíches foram servidos na Cinelândia, com chucrute e molho rosé. Mais tarde, o lanche ganhou molho de tomate, queijo e outros ingredientes. Em São Paulo é comum acrescentar até purê de batata.

Fonte: Metrópoles

 

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