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Contrariando interesse do governo, conselho nomeia Fernando Borges como presidente interino da Petrobras

Fernando Borges, que está na diretoria de Exploração e Produção, foi nomeado presidente da estatal interinamente.

Logo após informar a renúncia de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras, a companhia informou em outro comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o presidente do Conselho de Administração, Márcio Weber, nomeou como presidente interino da companhia Fernando Borges, que hoje é diretor-executivo de Exploração e Produção.

A nomeação ocorre com base no artigo 4 do art. 27 de seu Estatuto Social, “até a eleição e posse de novo Presidente nos termos do art. 20 do Estatuto Social.”

Mais cedo, fontes do governo indicavam que Caio Paes de Andrade assumiria interinamente a presidência da companhia e que, depois de ter seus documentos analisados pelo Comitê de Pessoas, seria efetivado no cargo em poucos dias.

Análise de documentos

A análise dos documentos foi inciada, mas ainda não foi finalizada. Os conselheiros chegaram a discutir internamente uma brecha para que que Paes de Andrade pudesse ser eleito de forma interina sem o aval da assembleia de acionistas, mas optou-se pela nomeação de um dos diretores da empresa.

A nomeação de Borges é vista como uma solução temporária porque o estatuto exige que algum nome seja indicado à presidência quando o cargo fica vago. Paes de Andrade assumiria num segundo momento.

Segundo a colunista Malu Gaspar, porém, o executivo não preenche os critérios estabelecidos pela Lei das Estatais para ocupar a presidência da Petrobras.

Paes de Andrade é nome de confiança do ministro da Economia Paulo Guedes e havia sido indicado por Jair Bolsonaro para o lugar de Coelho quando o presidente da República demitiu o executivo, em maio. Coelho não pôde ser substituído na época de forma imediata porque a troca de comando na Petrobras precisa seguir um rito burocrático.

Desde então, Coelho vinha sendo pressionado a renunciar. A pressão aumentou no fim de semana, quando o presidente da Câmara, Arthur Lira, ligou pessoalmente para o executivo. Lira também escreveu um artigo publicado na imprensa classificando-o como líder “ilegítimo”.

Tanto Lira como Bolsonaro defendem mudanças na política de preços da Petrobras, que hoje segue a paridade internacional, ou seja, acompanha os preços do petróleo no exterior. O último reajuste de combustíveis foi anunciado na seta-feira passada.

O Conselho de Administração deve se reunir nos próximos dois ou três dias para indicar Paes de Andrade como conselheiro e, depois, como presidente. A análise da documentação do executivo está na reta final, “mas não há como arriscar uma data” para o encontro, segundo uma fonte. Enquanto isso, Borges segue na presidência de forma interina.

Quem é o presidente interino

Borges está há 38 anos na Petrobras. Ele já ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração e Produção, a área mais importante da empresa e responsável pelo pré-sal. Já ocupou a gerência Executiva de Libra, no pré-sal.

Segundo a estatal, ele é engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

Entre abril de 2016 e março de 2020, exerceu a função de diretor no Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). É ainda, desde abril de 2016, diretor da Associação Brasileira de Empresas de Exploração e Produção de Petróleo e Gás (ABEP).

 

 

 

Fonte: O Globo

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